quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O pediatra não manda em mim!

Estava eu bisbilhotando uns textos na internet, quando achei este aqui numa comunidade do orkut da qual participo há tempos - Soluções para noites sem choro. Quem postou o texto na comunidade foi a Andréia Mortensen - mulher da qual sou super fã! Vale a pena conhecer um pouco sobre esta super mãe, mulher mamífera e profissional! O texto não é dela, mas foi ela quem traduziu.


O pediatra não é seu chefe!

Fonte: clique aqui

Por Christie Haskell e Jeanne Sager em Outubro de 2010.

Tradução: Andréia Mortensen

Quando um assunto como a segurança do bebê na cadeirinha de carro é discutida, frequentemente se ouvirá alguém falando que seu pediatra mandou fazer o oposto do que as informações de segurança dizem. Em alguns casos as recomendações do pediatra são até ilegais e ainda assim a mãe usa a frase "Meu médico mandou fazer assim" como razão para agir desse modo. E a mãe até se recusa a olhar para os fatos que estão sendo apresentados a ela!
Por que? Isso é algo que sempre me pergunto, muitas e muitas vezes.

Por que temos um pediatra e lhe demos autoridade de decidir praticamente tudo sobre nossa família, educação incluída?
Existe um poder mágico que dita que devemos automaticamente obedecer todos os desejos e comandos do pediatra??


Agora, deixe-me começar dizendo que a formação dos pediatras incluem estudos extensos (universidade e residência) que são incrivelmente difíceis, e que sou grata que há pessoas que se especializam em saúde infantil. Mas não acho que todos pediatras frequentaram uma aula sobre lactação ou uma aula sobre segurança da cadeirinha de carro, mas mesmo assim eles se sentem de alguma forma qualificados para dar conselhos autoritários nesses temas.

Pense nisso... seu dentista pode saber sobre dentes, mas eles te mandam para o um ortodontista para aparelhos, certo? Bem, seu pediatra pode entender o básico de nutrição, mas uma consultora de amamentação é a pessoa que realmente entende de amamentação- pois no final das contas amamentação é sobre o SEU corpo, não do seu bebê. E esse é só um exemplo.

Para tentar entender esse problema, cito abaixo alguns conselhos reais que algumas pessoas receberam de seus pediatras:

• Coloque seu bebê de 10 meses para frente na cadeirinha do carro porque seus pés encostam no assento.
• Coloque xarope de chocolate na mamadeira de um bebê de 5 meses para 'fazer ele gostar' da mamadeira porque a mãe o desmamou.
• Dê papinhas para o bebê de 3 meses porque o bebê era muito grande/muito pequeno/mamava muito/não mamava o suficiente.
• Mande a mulher ordenhar os seios após o nascimento do bebê para "ver se tem colostro" e dê esse colostro numa colherzinha para o bebê antes de permitir que ela coloque o bebê no peito.
• Mande a mulher furar a orelha do recém nascido para evitar o risco de alergia a níquel no futuro.
• Coloque o bebê de 2 meses amamentado exclusivamente no peito num esquema rígido de mamadas a cada 3 horas para ver se 'cura' seu refluxo.
• Encha seu bebê de 15 meses com manteiga, creme e sorvete, não porque ele está perdendo peso ou parou de ganhar peso, mas porque o medico disse que ele era desproporcional.
• Dê um tapa na mão do bebê de 10 meses que toque a tomada, porque 'eles só fazem isso para te irritar.'
• Diga a mãe que seu filho de 2 anos que ainda não consegue usar uma tesoura não terá controle motor fino no Jardim de Infância.

Entende o que quero dizer?

O fato é que seu pediatra não é um psicólogo infantil, especialista em cuidados e educação ('parenting'), consultor de amamentação, ou técnico em cadeirinha de carro (ao menos que eles tenham especialidades múltiplas). Se você tem um problema em especial, consulte o especialista- é o que ELES estudaram. Seu trabalho como mãe é trabalhar com seu pediatra em assuntos médicos, como seu parceiro nos cuidados com seu filho.
No entanto, ainda é sua responsabilidade se educar sobre o assunto. Não, você não quer anular todos comentários do seu pediatra com o Dr. Google; entretanto é ótimo para você se informar antes de conversar com seu médico e outros especialistas sobre suas preocupações.

Você também precisa de alguém que ou concorda com você em alguns tópicos polêmicos ou que pelo menos respeite suas escolhas. Isso é ponto chave para achar seu pediatra ideal.

Pediatras não são iguais, suas formações diferem! Separe os bons dos ruins

A tarefa de achar um pediatra para seu bebê não é tão fácil como abrir a lista de medicos do plano de saúde e escolher um que seja mais próximo a tua casa. Todos eles fizeram faculdade de medicina, mas, assim como outras especialidades, nem todos pediatras tem a mesma formação.

Para encontrar um pediatra para seu bebê a dica é marcar uma entrevista com antecedência.
Eles ganharão o trabalho de tomar conta da pessoa que lhe é mais preciosa para você pelos próximos 18 anos. Eles podem fazer um esforcinho extra para conseguir isso.

Parece que você estará criando uma relação de adversários começando dessa maneira, mas é exatamente assim a prática padrão nos EUA. A maioria dos pediatras estão preparados e esperam essa entrevista inicial. Algumas perguntas importantes e que são relevantes para as mães que tem filosofias em ambos extremos dos temas mais polêmicos:

• Qual sua posição sobre vacinas?
• Você é aberto a homeopatia?
• Você acha que infecções de ouvido sempre devem ser tratadas com antibióticos?
• Você oferece amostras grátis de Leite artificial para as mães?
• Quanto tempo em média dura cada consulta?
• Quais são as alternativas em horários não comerciais?
• Há separação das crianças doentes das saudáveis na sala de espera?
• Você visita os recém nascidos no hospital?

Outra dica é perguntar para outras mães.
Há uma razão para que empregadores peçam referências antes de contratarem um novo funcionário!

Finalmente, é importante queo pediatra esteja atualizado. Por exemplo, no dia seguinte que a Associação Americana de Pediatria (AAP) anunciou sua nova recomendação de que bebês devem ficar virados para trás nas cadeirinhas de carro até 2 anos de idade ao invés de 1, minha filha tinha uma consulta com o pediatra. Eu imprimi a página da AAP com essa recomendação e levei, mas meu pediatra já sabia disso e o artigo estava inclusive em todas salas de consulta, e ela fez questão de mencionar e reforçar esta recomendação.

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E então... o pediatra do seu filho manda em você?

Um comentário:

  1. Dê ao seu filho o que há de melhor. Amamente!
    Quando uma mulher fica grávida, ela e todos que estão à sua volta devem se preparar pra oferecer o que há de melhor para o bebê: o leite materno.
    É muito importante, tanto para o bebê como para a mãe, amamentar até os dois anos de idade ou mais. O leite materno é o únio alimento que o bebê precisa, até os seis meses. Só depois se deve começar a variar a alimentação.
    Acontece que nem todas as mães sabem de todos os benefícios e deixam de amamentar mais cedo. Você pode ajudar nessa campanha divulgando materias e informações.
    Caso se interesse pelo tema, entre em contato com comunicacao@saude.gov.br e participe!


    Atenciosamente,

    Ministério da Saúde

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