domingo, 28 de fevereiro de 2010

Receita infalível para conquistar seu parto

O título do texto me chamou muito a atenção (como foi a intenção da própria autora do post)... Fui correndo ler a tal 'receita infalível' e adorei. Resolvi postar aqui e dar uma divulgada na idéia. Para saber mais sobre a autora do texto, a enfermeira obstetra humanista Dydy, passa lá no blog dela: A Obstetrícia Humanista.


Receita infalível para conquistar seu parto


A primeira coisa que se deve ter em mente é o porquê deste desejo. O que te leva a escolher o parto normal tradicional ou domiciliar - e observe que são duas escolhas totalmente diferentes -, abrindo mão de uma cesárea limpinha e segura dentro dos critérios de sua sociedade?

Seria muito mais simples fazer uma cesariana...
Veja só: o plano cobre, as pessoas não questionam, a sociedade não te cobra, a família respeita a escolha, o marido ajuda a chegar a esta decisão e o melhor: todo mundo faz. Pois TODAS as cesáreas salvaram a vida de TODAS as suas amigas.
Não é o que elas teimam?

Parece besteira, mas é simples assim. Não é necessário gastar suas horas buscando informações, se desconstruindo, tendo um trabalho danado em encontrar um profissional que banque realmente teu sonho, negociar pagamento para este trabalho diferenciado mesmo já tendo um bom plano... Tudo isso quando você poderia estar curtindo a gravidez como qualquer grávida "normal", providenciando os detalhes do quarto - que também é um sonho -, economizando o dinheiro para as roupas, verificando os últimos detalhes do chá de bebê e deixando esses assuntos técnicos para quem estudou pra isso.

Afinal... "O que você sabe sobre seu corpo?"

A parti de agora Modo Ironia OFF...

Para ter um parto natural ou domiciliar, o primeiro grande cuidado é escolher o profissional que acredite, que faça e que seja seguro de que pode oferecer o parto que você deseja, sem jamais mentir, omitir ou deixar uma questionamento seu de lado.

Ele tem que ser disponível e já ter um histórico de partos naturais confirmáveis no currículo. Sua taxa de cesáreas tem que ser de no máximo 30% com tendência à redução.

Todo sonho tem seu preço, inclusive o preço financeiro. Só quem passou por um parto transformador pode saber quanto ele vale. E só quem se frustrou com uma desnecessária sabe o quanto gastou e se desgastou emocionalmente.

Muitos acham uma grande besteira parir. Não compreendem a ferida biológica que a dor de um não-parto, apesar da maternidade, podem causar. Afinal o que interessa é todo mundo vivo – já que estamos num campo de batalha – e nada mais.

Com uma outra vida dentro de ti, as sensações, as superações e as transformações são um luxo e "um risco" que você não tem o direito de querer ter. Assim diria qualquer um às 40 semanas de gravidez.

Depois do profissional realmente humanizado ser encontrado, é necessário se informar em toda parte. É fundamental ler de tudo e saber que no meio aparecerão bobagens, preconceitos, medos pseudo-científicos.

Não é necessário nem útil contar para todo mundo. Infelizmente, o encantamento que você pode ter em relação ao Parto não é uma unanimidade e tudo que você não precisa é energia negativa. Guarde para você, seu marido, alguém que de fato possa ajudar e o profissional.
Mas se quiser, conte para todo mundo... Depois.

Em terceiro, mas não menos importante, por mais que você seja super urbana e não queira se tornar vegetariana, bicho grilo ou uma loba, é imprescindível ter alguma conexão sólida com a natureza. Gostar da terra, se divertir com a água, respeitar os bichos e saber que recebemos infinitamente mais de Gaia do que podemos doar.

O que tem a ver? Parir é um ato natural e estar em harmonia com a natureza, com a Terra é sim de extrema relevância.

Claro que algumas parirão, mesmo tendo conexão apenas com o cartão de crédito, porque enfim, parir é biológico. Mas pertencer a esta sociedade nos traz dificuldades imensas e progressivas que de fato atrapalham o curso do parto natural.

A principal e mais cruel delas é a crença na defectividade do corpo feminino. Fazendo com que desacreditemos de nossa capacidade biológica, cria-se um mercado baseado nos excessos e altamente lucrativo.

As mulheres não têm defeito de fabricação. Tudo é como deveria ser. Crer nisto é a sofisticação do não direito ao voto e da proibição da participação nas olimpíadas no início do século passado. As mulheres sabem o que é melhor para si e definitivamente não precisam ser tuteladas.
Caso ainda reste dúvida: NÓS TEMOS ALMA.

E este é o quarto princípio para a conseguir o parto dos sonhos: confiar em si mesma. Ter fé no que não se vê, ter força e crer que o melhor sempre acontece.

Tudo isso é loucura num sistema tão avesso ao natural, ao fisiológico, baseado na tecnologia, na fatalidade e no acaso... Sem lógica, sem princípio, sem meio e sem fim.

Claro que o título deste texto foi para atrair. Existem mais coisas entre o céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia. Você já deveria saber disto! Não existe resposta para tudo e não existem garantias.

Cada mulher deve buscar antes de tudo em si mesma a força que necessita para gestar, para parir, para amamentar, para educar, para amar... Para ser mãe enfim.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Uma noite inteira sem interrupções...

Quem acompanha o blog, ou quem conhece a história sobre o sono da Ana, sabe que sofríamos muito com isso.






Mas, há algumas semanas isso começou a mudar... Voltei a fazer yoga e nunca tinha ficado mais de 3 horas longe da cria. Geralmente aos sábados vou para a AEF (Associação de Estudos Filosóficos), assisto aulas verbais e pratico a yoga tibetana. A Associação oferece um espaço para deixar as crianças enquanto as mães e/ou pais fazem as aulas, mas a Ana ainda não fica com pessoas que ela não conhece. Então deixo ela com minha mãe, minha irmã, minha cunhada numa boa. Elas ainda tem uma certa dificuldade de fazê-la dormir, mas chega uma hora que a pequena se rende (depois de muito choro) e acaba dormindo (mas nunca ninguém deixou ela sozinha, sem amparo, chorando até dormir! Isso jamais!!).

O Rapha? É o melhor pai do mundo!! Durante a semana, quando vou pra prática da yoga, ele fica com a pequena, dá a janta, o banho e faz ela dormir em menos de cinco minutos!!

E essa última noite... A ana não acordou, nenhuma vez!! Dormiu ininterruptamente das 20h às 7h. Nossa PRIMEIRA NOITE DE SONO sem interrupções. Recarreguei minhas baterias e hoje sou uma mãe sem sono!!
Isso me faz pensar que não tenho mais aquele bebezinho que dormia na minha cama, sem se mexer, mamando de hora em hora... Rapha e eu, geralmente enquanto a Ana dorme, ficamos vendo fotos dela, ficamos com saudade daquela bebê gordinha, cheia de dobrinhas, com as bochechas grandonas e com umas roupinhas que já não servem mais. Ouve-se uns loooongos suspiros, meus olhos até chegam a marejar... Sentimos um aperto esquisito no peito e que jamais eu poderia imaginar sentir, e que não conseguimos nem explicar direito como é... coisas de mãe e pai. E sei que vou continuar sentindo isso sempre. Não é ruim, mas nos dá uma sensação de impotência com relação ao tempo, que muitas vezes temos vontade de congelar...

Ana Clara está crescendo, se desenvolvendo lindamente a cada dia e nos trazendo alegrias a cada instante.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A fórmula mágica [2]

Querida mamãe...


Esta noite acordei estranhando o silêncio. Não havia barulho algum e pensei que o mundo tinha acabado e você tinha esquecido de mim. Coloquei a boca no trombone e você veio. Ainda bem!

Fiquei tão feliz no calor do seu peito que acabei pegando no sono antes de mamar tudo o que precisava. Quando percebi que você ia me colocar no berço, chorei de novo, mas não tente negar: você estava com pressa para ir dormir outra vez.

Você me deu de mamar novamente, assim, meio apressadinha e depois resolveu trocar a minha fralda. Estava tudo tão calmo, um silêncio, nós duas juntinhas. Estava legal e eu perdi o sono. Você até que foi compreensiva, mas começou a bocejar e resolveu me fazer dormir. Eu não queria dormir. Talvez eu precisasse de mais uns dez minutos, meia hora.

Mas você estava mesmo decidida a dormir. Foi ficando bem nervosa e até chamou o papai. Eu não queria o papai e todos fomos ficando muito irritados. No final das contas acordei a casa inteira cinco vezes. De manhã nossa família estava com cara de quem saiu do baile. Acho que estraguei tudo.

Imagina, você chegou a dizer para o papai que estou com problema de sono. Eu não! Você é que vem me dar de mamar com pressa e daí eu sinto que você não quer mais ficar comigo.

Os adultos tem hora certa para tudo, mas eu ainda não entendi essas de relógios e tarefas estafantes que as pessoas grandes precisam fazer. Quando meu corpo está com o seu, quero ficar do seu lado sem me separar nunquinha. Do alto dos meus oito meses ainda não descobri direito que você é uma pessoa e eu sou outra. Um dia eu vou sair por aí, vou saber telefonar e posso lhe deixar doida para saber o que ando fazendo e então você vai entender como me sinto agora. Mas não precisamos dessa guerra, mamãe. Até lá já podemos nos entender inclusive através das palavras.

Sinto a angústia da separação, pois terminei de viver uma das grandes. Você também, mas vive tudo isso como adulta consciente. Eu ainda vivo no inconsciente. Por enquanto nossa comunicação direta fica restrita aos nossos sentimentos inconscientes. Eu não sei nada, tudo é novo pra mim. Você pode até achar que não sabe nada e que tudo é novo pra você, mas eu vou aprender o que você me ensinar através da sua sensibilidade, dos meus sentimentos em relação a mim.

Sabe mamãe, se você quer um conselho, vou dar: quando eu chorar à noite, não salta logo para meu berço desesperada, como se o mundo fosse acabar. Espere um pouquinho, respire profundamente, ouça o meu choro até que ele atinja seu coração. Sinta seu tempo, realmente acorde e venha me pegar. Me abrace devagar, não acenda a luz, fale bem baixinho e me dê o seu peito para eu mamar. Depois que eu arrotar, mais um pouco só de paciência, pois nós, bebês, somos muito sensíveis ao sentimentos dos adultos, especialmente os da mamãe. Se eu sentir que você está com pressa, sou capaz de armar o maior barraco, mas se você esperar até meu segundo suspiro, quando meus olhos ficarem bem fechados, minhas mãos e pernas bem molenguinhas, aí sim pode me colocar de volta no berço que eu não acordo antes de sentir fome outra vez.

Conforme você for desenvolvendo sua paciência, eu estarei desenvolvendo minha tranquilidade e nós não teremos mais noites infernais; apenas noites de mamãe/bebê, que um dia passam, como tudo na vida.

Sempre sua, Ana Clara.

Depois de uma noite 'de baile', fiquei bem angustiada e fiquei me perguntando o que eu tinha feito de errado. Aí, dando uma olhada na internet achei esse texto acima (com algumas alterações que fiz) e resolvi postá-lo aqui (o texto original é de Claudia Rodrigues publicado no livro "Bebês de mães mais que perfeitas").


Foi um texto que me fez refletir mais uma vez sobre esse assunto que sempre foi complicado pra nós, e mais uma vez me dei conta de que não existe nenhuma outra solução que não seja muita paciência e muito carinho. O texto não reflete exatamente a nossa situação, mas quase. O Rapha me perguntou se a gente não deveria ter 'acostumado' a Ana desde recém-nascida no berço dela, longe de nós. Na verdade eu até tentei, mas meu instinto materno falava mais alto e a cama compartilhada me deixou mais tranqüila.Quando a Ana descobriu seus movimentos, ela se mexia muito durante a noite e a cama ficou pequena pra nós três . Tiramos uma das grades laterais do berço, encostamos na nossa cama e ela continuou dormindo bem pertinho de nós. Uma dia resolvemos mudar de quarto, pois ela acordava muitas vezes a noite e achamos que, então, ela estava 'pedindo'o espaço dela. Hoje ela dorme bem sozinha, mas ainda acorda a noite e continuo amamentando com o maior prazer, uma ou duas vezes por noite e sem pressa pra voltar a dormir. Algumas vezes ela demora um pouco pra voltar a dormir, mas eu sei que tem algum motivo. Bebês não fazem manha!! O motivo pode ser um dente, uma cólica, uma fralda suja ou simplesmente a vontade de um colo quentinho com cheiro de mãe.


E eu estarei sempre aqui para o que você precisar, filha. Sempre.

Imagem. Arquivo pessoal. Dia 22/02/10. Ana Clara tirando uma soneca (tirei a foto agora pouco, logo que terminei de escrever esse post).

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ela dormiu... vamos sair?

Essas últimas noites tem sido ótimas! Ana Clara fez as pazes com o sono e resolveu dormir melhor: não tem brigado quase nada pra dormir e tem dormido por várias horas seguidas. Ela ainda acorda pra mamar, mas é uma ou duas vezes entre as 20h e às 8 da manhã.
Esses dias coloquei ela pra dormir às 20h e ela só acordou às 4h da madrugada pra mamar, ou seja: 8h seguidas. Pra quem acordava 5 vezes toda noite, isso é simplesmente maravilhoso!
Sei que algumas pessoas podem se perguntar: "mas ela já tem 10 meses e ainda mama a noite?"
Sim. Eu e o Rapha tínhamos decidido desmamar a noite, mas acho que ela está fazendo isso naturalmente, sem que tenhamos que aplicar alguma 'técnica' de desmame.
Então, nessa segunda-feira, resolvemos aproveitar esse soninho comprido da Ana pra dar uma saída a noite e namorar um pouquinho. A vovó ficou cuidando da pequena, mas ficamos com os celulares 'a postos' caso ela acordasse e a vó não conseguisse fazê-la dormir novamente.
Fomos num barzinho a duas quadras daqui de casa e não ficamos nem duas horas fora, logo voltamos. Mas já foi muito gostoso, eu estava com muita saudade de sair só nós dois, ir num bar, conversar tranquilamente sem ficar escutando o 'schiiiiii' da babá-eletrônica.

Espero repetir a dose mais vezes.
Imagens: arquivo pessoal.
1ª foto. 12/01/10. Ana Clara tirando uma soneca a tarde.
2ª foto. Rapha e eu na praia, em Gaivotas, passagem de ano 2007/2008. Quando eu nem imaginava ficar grávida ainda.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

E no fraldário...

Nesta última quinta-feira, dia 11 de fevereiro, fomos a mais uma sessão do Cinematerna. Desta vez a Ana não dormiu durante o filme, quis ficar se divertindo com brinquedos que estavam espalhados pelo chão e vendo outras crianças correndo pelo cinema. Quase não vi o filme, mas só pela carinha de felicidade dela se divertindo com brinquedos diferentes e reconhecendo outros bebês já valeu muito a pena. No final da sessão o Rapha foi nos escontrar lá no shopping. Fomos então fazer um lanche: Aline+Joaquim, Fer+Jose+Heitor, Rapha+Isa+Ana Clara. Heitor com apenas 1 m~es de vida aproveitou o encontro pra dormir aconchegado no seu beê-conforto. Joaquim, como sempre, muito simpático curtia com tranquilidade o colo de sua mãe Aline. Ana Clara? Esperta e explorando todos os canudos dos copos de suco que estavam sobre a mesa.
Lá pelas tantas, fui trocar a fralda dela. Aline e Joaquim nos acompanharam até o fraldário. Chegando lá mais uma mãe com seu bebê.

Conversa de fraldário:
Mãe - Ah... que lindo!! Tem quantos meses?
Aline - Três.
Mãe - Ela já tem 11.
Isa (intrometida na conversa) - A minha tem 10.
Mãe - Ah é?! E ela já engatinha?
Isa - Sim. Até já ensaia uns passinhos apoiada no sofá, na cadeira...
Mãe - A minha só começou a engatinhar agora. E... (se referindo a Aline) curta bastante essa fase, por que depois...
Isa (desconversando) - Qual é o nome dela?
Mãe - Gabriela. E a sua?
Isa - Ana Clara.

Conversa vai, conversa vem, os bebês interagem um pouco... E depois dos bebês devidamente trocados e limpinhos saímos do fraldário.

Isa e Aline - Tchau!
Mãe - Tchau!

Ahhh... Fico um tanto quanto irritada quando escuto uma mãe falando desse jeito: "curta bastante essa fase, poque depois...." Depois o que? Parece que só é bom ser mãe de bebês bem pequenos. depois a maternidade se torna um sofrimento, uma chatice. É quase sempre!! Parece que não tem mais o que falar. É quase como uma conversa de elevador.
Uma coisa é certa: o tempo parece que passa 10 vezes mais rápido quando se tem um bebê no colo. Todo dia é uma surpresa, uma descoberta. E se você não aproveitar cda segundo, o bebê já está falando e você nem se deu conta de que ele já estava andando sozinho há muito tempo. E é essa a graça da maternidade (e paternidade, claro!) Ver seu filho crescer, se desenvolver, explorar as coisas e o mundo com sua personalidade única. E eu disse "única"! Cada bebê tem seu tempo de se desenvolver, de crescer.
Existem umas mádis de desenvolvimento: com 4 meses o beb~e vira-se sozinho, com 5 meses fica sentado, com 8 engatinha, com 1 ano começa a andar sem apoio... Mas nem por isso seu filho tem um problema de motricidade se não está andando sozinho no seu aniversário de 1 ano.
Mas as mães tem essa necessidade de comparação (não que fosse o caso da mãe do fraldário), e quanto antes seu filho balbucia, fica sentado, engatinha , anda, fala, desfralda... melhor! E, atualmente, existe um turbilhão de estímulos pra que isso aconteça o quanto antes. Se alguém tivesse a fórmula de um estimulante pra fazer os dentes do bebê nascerem o quanto ante, essa pessoa estaria milionária!
E isso tudo porque percebo que muitas mães e pais NÃO RESPEITAM O TEMPO de seus bebês.
Nunca fui de ficar colocando munha filha de bruços, aos 5 meses, pra 'estimular' ela a engatinhar ou pra deixar o pescoço dela mais firme. Não via necessidade daquilo, mesmo a neuropediatra aconselhando a fazer. Mesmo porque, quando eu colocava ela naquela posição ela não gostava nem um pouco.
Uma vez li um texto que gostei muito e me fez refletir um pouco mais sobre essa não necessidade de estímulos para nossos pequenos.
As principais descobertas de Emmi Pikler
Myriam David, em um seminário lembra brevemento 4 pontos centrais referentes ao trabalho de Emmi Plikler:
(3) Journée d'étude du 13/12/03, <<>> (Introduction du Myriam David)
1º Ponto:
Um primeiro dado importante do trabalho da pediatra Emmi Pikler considera o processo de desenvolvimento do bebê. Ela mostra que o bebê é programado, seu desenvolvimento se desenrola espontaneamente seguindo uma determinada ordem. Não é necessário ensinar o bebê, se virar, se arrastar, se manter em pé, andar, tocar, pegar, largar objeto, etc. Tudo isso o bebê é capaz de fazer por si só, na medida em que ele é exposto a novas possibilidades conforme o seu desenvolvimento sensório motor.
2° Ponto:
A maior contribuição de Emmi Pikler concerne o papel essencial que a atividade livre e espotânea do bebê representa em seu desenvolvimento. Na verdade, ela descobriu quanto o bebê tem prazer e interesse em sua atividade espontânea e como ele aproveita as novas possibilidades oferecidas por seu próprio desenvolvimento sensório motor, progredindo assim a cada dia a pequenos passos, em suas capacidades e descobertas, ao ritmo de seu próprio desenvolvimento, cada passo procede e prepara o seguinte, num processo continuo e em uma ordem determinada. O bebê não tem um objetivo, ele experimenta a aventura, descobre tateando, reproduz, coordena cada aquisição à medida que segue seu caminho. Nós o vemos, dessa forma, capazes de fazer grandes esforços, mas capazes também de descansar, as vezes de olhar distante e depois retornar a tarefa. Através do exercício dessa atividade espontânea, o bebê é na verdade o motor, o animador do processo do desenvolvimento global: psicomotor, cognitivo, psíquico.
3º Ponto:
A Dra. mostra a importância de respeitar todas as manifestações espontâneas do bebê, a ordem e o ritmo de seus aparecimentos. A continuidade desse processo em que o bebê é o ator e autor, para que o exercício de cada passo não apenas prepare mas sirva de base ao seguinte. É importante não contrariar esse processo, interferindo ou expondo o bebê a posturas que ele ainda não descobriu sozinho ou que ainda não é capaz de adotar, retirando assim sua alegria de descobrir por si próprio e sentir segurança em suas próprias capacidades.
4º Ponto:
Emmi Pikler procura então as condições que possibilitem e favoreçam essas atividades espontâneas. Ela mostra a importância para o bebê de se benificiar de três espaços de vida bem distintos e que se alimentam um do outros:
- Área de cuidados corporais, como parte de uma relação calorosa, intima com a pessoa que garante o conjunto de cuidados e organiza os três espaços. essa intimidade é fruto de um olhar atento, permitindo ter acesso ao conhecimento do bebê real, de seus progressos e aquisições, o que ele está começando a explorar, tudo isso favorecendo o transcorrer os cuidados realmente necessários para cada bebê
- Área de exercício e de sua atividade livre: espaço de brincadeira livre, na qual o adulto não intervém diretamente,mas que ele toma cuidado ao organizar de forma a garantir sua permanência cotidiana e a segurança do bebê. O quadro desse espaço, sua dimensão, seus limites, seus conteúdo são pensados em função do desenvolvimento do bebê, de seus gostos e interesses.
- Área de descanso e sono: a frequencia, o ritmo, o tempo, o conteúdo de cada um desses espaços deve ser regulado em função da observação do estado da criança: estado do desenvolvimento, de vigilância, de cansaço, apetite, satisfação, etc. Afim que o bebê esteja se sentindo bem corporalmente e que ele possa assim aproveitar plenamente do exercício da atividade espontânea em cada espaço.
Depois que li esse texto, vejo compelta necessidade de ver minha filha explorar o mundo com o mínimo de estímulos possíveis. Observo atentamente a minha filha, vendo seus movimentos se desenvolverem sem que eu interfira no seus aprendizado. Hoje ela engatinha lindamente, mexe seus braços e pernas quando escuta alguma música, fica em pé apoiada no sofá, nas cadeiras ensaiando alguns passos... Ontem mesmo ela tentou subir no móvel aqui da sala se apoiando nos puxadores das gavetas.
Não acho que precisamos ser radicais e extremistas, mas devemos prestar mais atenção nos nossos pequenos, ver seu corpo e seus movimentos se desenvolverem com qualidade sem que nós fiquemos interferindo toda hora e enchendo eles de estímulos afim de apressar seu desenvolvimento sem necessidade.
Imagens: arquivo pessoal.
1ª foto. Dia 16/09/09 Ana Clara aprendendo a pegar no seu pé e com a fralda cheia de xixi.
2ª foto. Dia 17/01/10 Ana Clara no espelho na casa do biso, em Camboriú.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Aninha de mêsversário... 10 meses!

10 meses... parece pouco, mas parece muito.
Tantas coisas já aconteceram, tanta coisa que aprendi, tanta coisa que descobri...

Ana Clara completou 10 meses dia 06 de fevereiro - dia do aniversário da minha irmã linda e querida Carol. Foi um dia gostoso, ensolarado mas muito quente.
Na parte da manhã fomos (Ana e eu) na AOBÄ. Conversei bastante com a Lu e com o Mario enquanto as crianças brincavam (amo ver a maneira como as crianças brincam, se conhecem, interagem entre elas...).
Aí, saimos da AOBÄ e fomos encotrar a família (mãe, Djair, Lu, Daniela, Carol e Rodolfo) no The Subs, comemorar o níver da Carol. Na ida da AOBÄ pro The Subs a Ana 'capotou' no bebê-conforto no carro e continuou dormindo durante TODO o almoço (coisa raríssima de acontecer, na verdade, essa foi a segunda vez - nesses 10 meses - que a Ana dorme no restaurante com aquele monte de gente falando, garçom passando, Daniela rindo)... Foi ótimo. Almocei tranquila e quando a Ana acordou, ela ficou sentadinha no meu colo e comeu toda a papinha do almoço - sem reclamar!!! (coisa que ela tem feito ultimamente...).
Voltamos pra casa - a Lu e a Dani vieram passar a tarde aqui também. Demos banho nas pequenas (muito calor) e logo estavam dormindo. Passamos uma tarde de ócio (blablablas, tv, computador...). Adoro! Depois veio a minha tia, que tinha acabado de voltar de viagem, para matar as saudades e entregar uns presentinhos para as sobrinhas-netas (Daniela, Ana Clara e Alice - ainda no quentinho do barrigão da Lu).

Apesar de ter sido um dia muito parecido com outros sábados, não queria deixar de registrar.

Uma coisa muito engraçada que aconteceu - ou não aconteceu - foi que, apesar de termos ido ao restaurant pra comemorar as 24 primaveras da Carol, não cantamos parabéns. Nem pra Carol nem pra Ana. Não que a gente ache que isso seja essencial, mas a gente sempre canta, né?! rsrs.

Ana Clara está linda linda linda, sempre cada dia mais.
Ela engatinha, fica de pé apoiada em cadeiras, sofá, parede... onde der. Já dá seus passinhos em pé apoiada no sofá. Gosta de andar segurando em nossas mãos (mas não durante muito tempo, logo 'empaca', faz um chilique e pede colo). Ela balbucia bastante, mas nada definido. Adora quando chega alguém em casa ou quando tem alguém de saída, dá tchau e dá muita risada abrindo a boca semi-banguela (ela tem os dois dentes debaixo ainda crecendo).
Toma banho de balde e ás vezes de chuveiro, mas desse ela não gosta muito.
Come bem. Ainda prefere papinhas que não precise mastigar, mas adora comer pão e bolacha sozinha. Não come nada industrializado, nem nada desses farinácios para crianças que muita mãe que conheço costuma dar. Come muitas frutas e legumes. Só bebe água, sucos naturais e MUITO peito - em livre demanda! Esses dias, por causa do calor, ela não quis saber de comer quase nada, só água e peito. Chegou a esgotar os meus dois peitos de tanta sede!
Ela não gosta de ficar sozinha, precisa sempre de uma compania para brincar. Quando passo muito tempo sozinha com ela em casa não tem como escapar da choradeira.
Ela está numa fase de muito 'grude' comigo - sempre foi, mas agora está de cansar. Colo, colo colo... peito peito peito... Bom, é só uma fase. Já vai passar. Melhor aproveitar, né?! Depois cresce, pára de mamar, não vai dormir mais comigo...
Gosta de dançar e gosta de ver o pai tocando violão (poucas vezes eles brincam como na foto acima, acho que é porque ela baba no violão e ele não gosta muito dessa parte da brincadeira... rsrsrs).
Ana Clara está dormindo melhor. Aquele negócio de dormir a noite inteira só aconteceu umas duas noites... Mas o sono dela está melhorando bastante, as sonecas durante o dia estão diminuindo... E estou tentando ainda desmamar a noite, mas como ela traspira demais nesse dias e noites extremamente quentes, às vezes fico pensando que seja melhor dar o peito pra ela recuperar todo aquele líquido (se eu mesma acordo de madrugada pra tomar água, pq ela tb não pode?). Agora mesmo larguei o post aqui pra amamentá-la.
Ela mama sentada (ainda vou postar uma foto dela mamando assim). Lindo de ver.

Enfim. Ela está linda, sapeca, esperta. Tá crescendo.

Feliz mesversário, filha. Te amo.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Gisele: mais que celebridade, uma mãe consciente!!

Quem soube com detalhes sobre a gestação de Gisele Bunchen? Quantos quilos ela ganhou? Como ela estava se sentindo? Como ela se cuidou durante essa fase?
Pois é... Ela não contou grandes detalhes à imprensa sobre isso, assim como o resto da vida dela. Com uma história de vida pessoal preservada (até onde a profissão dela permite), Gisele virou uma ídola para algumas gestantes e mães consideradas xiitas, naturebas e alternativas. A escolha de um parto natural, humanizado e EM CASA era, até algum tempo, uma coisa de maluca, completamente doida. Aí aparece uma celebridade linda e completamente consciente da importância de um parto natural domiciliar e deixa muitas mães que escolheram ter uma cesárea eletiva – com data e hora marcada na maternidade que oferece manicure e maquiagem para a saída da mãe do hospital – um tanto quanto encucadas (espero).

Com a notícia de um lindo parto domiciliar na água acompanhado por uma parteira, Gisele conta que se preparou para um parto em que estivesse consciente no momento de dar a luz, e não dopada de analgesia e outras intervenções que fazem parte do pacote de inúmeras maternidades brasileiras, e que muitas parturientes não tem conhecimento de que podem ser completamente dispensáveis.
Agora vamos ver a repercussão que isso vai dar. Se a mulherada parar pra pensar um pouco mais sobre o assunto, der uma pesquisada, buscar mais informações sobre o parto humanizado, lutar pelos seus direitos, conhecer mais sobre o próprio corpo, conversar mais com outras mães, procurar mais grupos de apoio à gestante, se preparar para a dor (e não sofrimento) do parto, procurar um obstetra que respeite suas decisões – e não um que imponha uma cesárea desnecessária, muitas vezes eletiva porque vai estar viajando da DPP da gestante... Quem sabe as coisas não mudam um pouco... ou muito?! Parece muita coisa, mas isso é o mínimo que cada mulher deveria fazer durante a gestação e preparação pro parto. Já que temos poucos médicos humanizados no Brasil – preparados a acompanhar a natureza do nascimento de um ser e informar mais as gestantes de forma respeitosa e sincera – as gestantes deve buscar mais informação e se respeitar acima de tudo. São sentimentos, um corpo e uma VIDA que estão sendo submetidos à cirugias descenessárias, um novo ser que é apresentado ao mundo sem um mínimo de respeito, retirado do corpo de sua mãe e tratado de maneira assustadoramente grosseira, longe do calor da mãe, longe do seio e leite materno, encasulados em berçários sem necessidade nenhuma...
Uma mãe que gesta um ser carinhosamente, que cuida do corpo e da mente durante a gestação, que é consciente da beleza do parto, da dor necessária que seu corpo vai ser submetido num dos momentos mais importantes (senão o mais importante) de sua vida, que tem a paciência de esperar o trabalho de parto se desenvolver naturalmente sem a necessidade da aplicação de ocitocina, que escolhe tem um parto na água por tornar o nascimento do bebê um momento mais tranqüilo e menos traumático... Tudo isso não acaba com o nascimento do bebê. A mãe que tem toda essa consciência e conhecimento inicia um caminho à maternidade ativa com maior respeito pelo seu filho, fazendo de tudo para ser possível a amamentação exclusiva até os seis meses, cuida do filho com muito mais respeito ao tempo de desenvolvimento dele (não 'entupindo' a criança de alopatias para passar mais rápido uma cólica, uma 'febre' de 37 graus, oferecendo um milhão de estímulos para engatinhar mais rápido, andar mais rápido, falar mais rápido, escrever mais rápido...). Assim, certamente a criança tem uma educação mais saudável e uma enorme confiança na sua mãe, que já o respeitou desde a sua gestação e no momento do seu nascimento. Eu acredito que teremos um mundo melhor e harmonioso se as pessoas tiverem mais respeito por elas mesmas, pelos seus filhos e pelas pessoas que a cercam.
Agora, sobre a repercussão do parto da Gisele, vamos ver se as pessoas acordam para o fato de que o parto natural não é coisa de quem é xiita, natureba, alternativo, indio e que mora no mato!!! Ao contrario, é sim, uma escolha da parturiente e que deve ser respeitada!!
Parabéns Gisele!! Sou sua fã!!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dias difíceis, novas conquistas

Desde o final do ano passado, a partir das festas (Natal e Ano novo) a Ana mudou a rotina do sono (um super pico de desenvolvimento) e virou uma bagunça. O ano começou e dia 8 de janeiro levamos ela pra tomar vacina. No mesmo dia o PRIMEIRO dente 'resolveu' apontar...coitadinha! Deu febre (reação da vacina+dente apontando). Ela ficou toda molinha, quentinha e sonolenta. O jeito foi dar um banho mais fresquinho pra baixar a febre, muito colo e peito. Uns dias depois nós viajamos (só eu e a Ana), fomos pra praia passar o fim de semana. Pra relaxar? Doce ilusão. Viajar sem o Rapha pra dividir um colo... Nunca mais!! A Ana sempre foi muito tímida e grudada na gente: não vai no colo de quem não conhece (e, por favor, não insista), não fica muito tempo sozinha, precisa sempre de uma companhia para brincar, dar atenção à ela, um colo... Aí, já viu, né?! Passei o final de semana na praia com um bebê no colo, ou melhor, no sling (senão não tinha agüentado), porque nem no chão ela queria ficar. Foi super cansativo, e ainda ter que escutar aquela conversa de sempre: "mas é claro que ela não vai com ninguém, fica enrolada nesse pano aí, no bem bom do colo da mãe...". Aí a gente faz uma cara de paisagem, dá um sorrisinho e muda de assunto. Voltando da praia, uma virose. Depois do final de semana bem cansativo, ainda mais quatro dias cuidando de um bebê com rotavírus.
Estava exausta: quase dois meses sem conseguir dormir mais de2 ou 3 horas consecutivas. Eu já estava passando mal de exaustão, comecei a perder a paciência com a Ana... Não sabia mais o que fazer, só queria poder dormir tranquila, ter uma noite inteira de sono (porque, desde que a Ana nasceu, ela nunca dormiu uma noite inteira).
Foi quando, na quarta-feira da semana passada, sentei com o Rapha pra conversar e decidir fazer algo para mudar aquela situação. Foi um tanto quanto complicado chegarmos a um consenso, mas enfim decidimos desmamá-la a noite. Eu estava muito cansada, e imaginei que o processo do desmame noturno exigiria de mim mais um tanto de esforço, mais paciência... Pois não queria fazer um processo radical, e sim um desmame 'gentil'... Respirei fundo e lá fomos nós, para mais uma noite de luta com o sono da Ana.
Uma surpresa. Já na primeira noite a Ana acordou somente 2 vezes. Ficamos muito felizes, porque, quem conhece, sabe que a Ana não acordava menos de5 vezes por noite (quando não dava 'baile' e resolvia ficar acordada brincando durante umas 2 horas na madrugada...). Tentei conter um pouco a felicidade: "só foi a primeira noite". Na segunda noite a mesma coisa. E mais uma noite, e mais outra... Que maravilha!
No domingo fez um dia lindo, ensolarado e fui com a Ana na praça, tomar um sol, brincar com a prima Daniela, ver outras crianças... Foi ótimo. Chegando em casa, a Ana jantou, dei um banho e ela dormiu. A noite inteira!! Nem acreditei quando acordei, vi que já era dia e ela não havia acordado nem uma vez sequer, das 20h30 às 6h30.
Hoje é terça-feira, 23h e ela está dormindo. Vamos ver como será essa noite. Mas já estou bem feliz, recuperada do cansaço e contente com essa nossa nova conquista.
A Ana está linda: anda de um lado pro outro apoiada no sofá, já dá uns passinhos desengonçados segurando em nossas mãos, dança em todas as músicas de propagandas na TV, oferece o pão e a bolacha pra quem estiver mais próximo enquanto ela come, exibindo os dois dentinhos que nasceram a poucos dias... Lindo de ver.

E a vida é assim: a tempestade chega cheia de trovões e relâmpagos, mas passa. As nuvens vão embora, o céu se abre e o sol aparece trazendo luz e calor.