Pois é... hoje foi dia de consulta. E Ana Clara está crescendo, não só na régua, nem só na balança, nem só na idade, mas... em tudo! E rápido!
A consulta estava marcada para às 13:00. Almoçamos, enrolei a "pequena" e lá fomos nós no doutor. Cheguei a cogitar a idéia de levá-la no carrinho - ela está já um tanto pesada, estava bem no horário da soneca e certamente ela iria empacar no caminho implorando pelo colo da mamãe - mas ainda acho que carrinho e ônibus definitivamente não combinam. Sem contar que, morando em Curitiba, mesmo com um dia maravilhoso de sol como hoje, a chuva pode aparecer assim, de repente sem avisar! Sling ainda é nossa opção. Descemos do ônibus e ainda eram 12:30, então tirei ela do sling e pedi encarecidamente que ela fosse caminhando. Foi difícil, mas ela acabou cedendo. Chegando no consultório, a secretária logo me avisa que o doutor está um pouco atrasado... Mas, enfim. Vamos esperar.
Na sala de espera estava lá uma mãe com seu bebê de 5 meses no colo tentando amamentar. Junto dela estava sua mãe, avó do bebê, com aquelas tradicionais bolsas de bebês com kit completo, mamadeira de água, garrafinha térmica, potinho com leite em pó... Logo que ouviu o barulho da avó abrindo o potinho com o leite, o menino já arregalou os olhos, se torceu todo para olhar bem para a mamadeira e não quis mais saber daquele peito da mamãe (faaarto de leite materno). Estava afim mesmo do complemento.
Resolvi perguntar o motivo dele precisar tomar aquele leite: o bebê nasceu muito pequenininho e não ganhava peso. O pediatra mandou dar complemento. Além disso a mãe já dá frutas e avó disse ainda que na páscoa ele vai experimentar "só um pedacinho" de chocolate.
Quem sou eu pra dizer alguma coisa sobre a real necessidade de dar o LA, mas CHOCOLATE???? com CINCO MESES?? Me poupe... "só pra experimentar"...
No meio da conversa chega outra avó (esperando pela filha que está no consultório do pediatra com o neto). E pergunta para a tal mãe do bebê de 5 meses: "mas ele já come? não é a partir dos 6 meses a alimentação sólida?" Pois é - pensei... Mas a mãe logo responde: "mas o pediatra já liberou as frutinhas e daqui há alguns dias ele disse que já dá pra dar outras coisas...".
Abre parênteses...
Tenho que dizer que, com relação a esse assunto, aqui em casa a gente é considerado meio fora da casinha. Estudei um bocado sobre amamentação, introdução de alimentos... (tá pensando o quê? a maternidade é profissão, e difícil! exige estudo diário! Senão a gente cai na ladainha de uns pediatras aí que liberam o suquinho com 3 meses, aí já viu, né?). Aqui a amamentação exclusiva foi até aos 7 meses (exclusiva meeeesmo!). A introdução de alimentos foi feita com muito cuidado, respeito, carinho, paciência e, principalmente, informação. Eu juro que não entendo essa do pediatra "liberar" a papinha, liberar o suquinho... Por que aqui o pediatra não manda em mim!! Sei que cada criança é de um jeito, tem seus gostos, suas opções, sua personalidade. Mas acabamos jogando a culpa nessa tal "personalidade" quando nos deparamos com aquela cena muito conhecida da criança que não quer comer. Será que essa "falta de apetite" é realmente culpa da "personalidade"? Ou será que não é nossa (dos pais) que começamos a introdução de alimentos do bebê com CHOCOLATE?
Não precisaria explicar (mas já explicando) que a falta de apetite de uma criança pode ter inúmeras outros motivos, mas acho que esse é quase sempre descartado, e deixo aqui essa minha opinião sugerindo uma reflexão sobre o assunto.
Erramos, acertamos... somos humanos! Mas não podemos nos eximir. #prontofalei
Fecha parênteses.
Enfim. Chegou então nossa vez. Entramos no consultório, o doutor aquele monte de perguntas (acho óóótimo, pq sempre esqueço de perguntar algumas cosas, e ele sempre me lembra!). Mediu, pesou, escutou coração, pulmão, olhou orelha, nariz, garganta, dentes, pé, barriga, costas, pescoço... e Ana Clara bem quietinha, mas com uma carinha tensa (doutor, vai logo com esses negócios aí que senão eu solto o verbo!!). Não choramingou, não reclamou.
Consulta de rotina. E está tudo ótimo.
Na volta não teve jeito: o sono estava estampado no rosto da pobrezinha, colo, colo, colo pelamordedeus mamãe!! E apagou em questão de poucos minutos. Cheguei em casa, desenrolei o pacotinho de 11kg do sling e dormiu mais um tantão.